domingo, 16 de agosto de 2009

Óperas

"Óperas" não é um tema sobre o qual eu escreveria habitualmente, mas como ontem (sábado) fui ao teatro ver a ópera Carmen, de Georges Bizet, achei que valeria a pena comentar alguma coisa. Só esclarecendo, isso aqui não é nenhum tipo de crítica, nem acerca de Carmen, nem de outras óperas em geral. Digo isso porque estou com preguiça de fazer uma pesquisa séria sobre o assunto, e sem fontes boas nem vale a pena tentar uma crítica. Por isso, ficarei só em comentários banais e pessoais sobre o que eu acho das óperas.
Vou começar com a que eu presenciei: Carmen foi muito bem produzida, e os cantores eram todos muito bem preparados, o que eu posso dizer com segurança, visto que pratiquei canto lírico por 5 anos. A única coisa lamentável é o comportamento do público, que se exalta com qualquer detalhe e não tem muita noção da diferença entre uma ópera e um show popular.Aplaudiam toda hora, cada vez que terminava uma música e entre os atos também.Conseguiram até a proeza de aplaudir quando cavalos entraram no palco. (?). Mas...no fim um pouco é culpa da nossa cultura que desvaloriza a música erudita. Então talvez ver o povo "leigo" saindo de casa para ver uma ópera, por mais que vá se comportar mal, seja uma evolução.
Agora falando de outras óperas, eu gostaria muito que promovessem alguma ópera de Wagner. Sempre gostei das obras dele,é fácil reconhecer o estilo, músicas fortes. O problema é que quem não está familiarizado com as obras dificilmente gostaria de assistir, seria uma apresentação muito mais "pesada" do que a de Bizet, que é uma ópera fácil de ver (não por isso ruim, pelo contrário). Bem, no geral óperas são cansativas, pois é mais difícil manter uma narrativa apenas com musicalização, além de que (ao menos na minha opinião)o canto lírico pode se tornar bastante enjoativo. No entanto, não significa que não valha a pena assistir, só é necessário se esforçar um pouco, pois nem sempre a idéia da produção é apenas a história, há todo um conceito de arte envolvido, e isso é difícil de compreender.
Enfim, quando bem produzida, é praticamente impossível alguém poder falar mal de uma ópera, pois a música clássica atingiu um patamar de reconhecimento altíssimo. Por mais que desagrade ouvir algumas peças, é muito difícil julgá-las como lixo musical.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Exímia escritora! Acabei de entrar no seu blog, neste seu universo dissetativo do campo dimensaional e complexo da sua mente.

    Parabéns Giulia, é gratificante ler bons textos em blogs nos dias de hoje. Serei um leitor assíduo dos seus textos! Gosto muito do seu modo de pensar sobre a arte de escrever.

    Bjs.

    Daniel Sepp

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  3. Neste sábado assisti a ópera "Domitila, A Marquesa de Santos". Confesso que não sou um fã do gênero, mas gostei razoavelmente da peça. Até por ter sido a primeira ópera cantada em português que assisto, e a montagem foi boa, bem como a apresentação da soprano Marília Vargas. Mas ainda assim não consigo ter uma opinião formada a respeito, pois aprecio o canto lírico, mas acho o formato tradicional da opera e da opereta algo enfadonho.
    E cada vez que vou a um espetáculo saio convencido de que o público precisava receber um curso de formação de platéia. Mas, como você diz, ao menos as pessoas estão lá.

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