sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tudo que é estranho















Eu diria que coisas estranhas acontecem. E também diria que em certas épocas elas acontecem mais que o usual. "Estranho" pode abranger desde coincidências até mudanças bruscas de pensamento, qualquer coisa que não pertence ao comum. Não é surpreendente que se estranhe o que é estranho, e muito menos que se comece a achar que está tudo errado, que as noites são eternas.
Alguém me ensinou a não olhar para o passado, ao menos não com os olhos de quem deseja revivê-lo. Não sei se fui a melhor aluna, mas acredito ter aprendido a me importar mais com o que interessa, o agora, e a não falar pelo amanhã. É claro que é mais fácil seguir em frente quando o ontem foi ruim, ou quando não se tem nada a perder. Afinal, quem quer se desvencilhar de uma felicidade mais ou menos certa?
A questão é que o que se foi, se foi em qualquer situação, independente de ela ter sido boa ou ruim, sem contar que o o que pode parecer ruim hoje, seja bom amanhã e vice-versa. E quando coisas estranhas começam a surgir, é um provável sinal de que é hora de mudar.
Não se pode querer continuar o mesmo quando tudo ao redor é diferente. É a velha história do amadurecimento. Pessoas mudam, crescem, avançam e até mesmo retrocedem. Todo mundo sabe isso, assim como todo mundo um dia vive isso. Mudar não significa perder a personalidade, o jeito, a índole ou qualquer característica própria, significa (não que eu possao estar certa quanto a isso) viver algo novo, fazer o que nunca fez. E não dá para classificar o antes e o depois como melhor ou pior. É apenas diferente.
O estranhamento é natural, assim como o medo. E é muito mais fácil ensinar ou dizer a alguém a abandonar remorsos, traumas e até a nostalgia do que você fazer isso. Não concordo que apagar memórias seja essencial, pelo contrário, elas são a prova de que você de fato viveu, mas sempre há algo mais importante para focar. E, por favor, não perca tempo com o que você sabe que não vai te fazer feliz.

domingo, 16 de maio de 2010

Respostas

Eu me pergunto se alguém pode realmente ficar louco quando percebe não conseguir as respostas que tanto procura. Não me refiro aos grandes mistérios da vida, ir tão longe pode até ser uma forma de masoquismo, mas sim à respostas que satisfariam os pensamentos egocêntricos, que, imagino, todo mundo têm.
Normalmente dizem que não há respotas certas ou apenas uma escolha para cada situação, simplesmente caminhos diferentes para seguir. Isso já dificulta a resolução de qualquer conflito mental, assim como aumenta a ansiedade e a agonia de não saber o que fazer.
Parece injusto que não exista uma forma correta de conduzir nossos sentimentos, alguém para dizer como agir, alguém para responder o que queremos saber. De repente, os pensamentos mais banais e as dúvidas mais pessoais parecem (e devem ser) mais complexas que a Física Moderna. E é estranho, afinal, deveríamos estar acostumados com estes pensamentos, mas não...a cada ano que passa parece que só mais perguntas aparecem, e menos sabemos responder.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Werther

"Que indivíduo é esse cuja alma se apoia nas formalidades, cujos interesses e ambições se resumem a querer, anos a fio, enfiar-se numa posição melhor à mesa? E não por falta do que fazer : não, pelo contrário, os trabalhos vão se amotoando, exatamente porque esses pequenos incômodos impedem a execução de tarefas importantes. Na semana passada aconteceu isso nas divergências durante a volta de trenó, estragando todo o passeio.
Os tolos não veem que não é o lugar que importa, e aquele que ocupa o primeiro raramente desempenha o papel principal! Quantos reis são governados por seus ministros e quantos ministros por seus secretários! E quem é, então, o primeiro? É aquele, creio eu, que ignora os outros e possui poder ou astúcia suficientes para empregar todas as suas forças e paixões na execução de seus planos."


Não quero comentar, pois se o fizer talvez estrague o poder das palavras acima. Mas ao menos para mim, neste trecho de "Os Sofrimentos Do Jovem Werther", de Goethe, diz-se tudo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

...(III)

A neblina escondia qualquer vestígio de horizonte, assim como o frio amortecia seus sentidos. Um vento constante cortava-lhe as bochechas acompanhado de uivos fantasmagóricos e do som angustiante de seus passos seguindo adiante. Os galhos das árvores chacoalhavam insistentemente expulsando qualquer ser vivo que ali estivesse. Calafrios percorriam seu corpo. Medo, frio...
Qualquer coisa poderia materializar-se em sua frente a qualquer momento. Qualquer coisa poderia levá-la para o nunca mais. Cada segundo era uma agonia. No entanto, uma voz sussurou-lhe:
- Por que o medo? São os olhos humanos que te espiam.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Idéias

Idéias sempre passam pela minha cabeça a toda hora, e no entanto, quando eu quero escrever sobre elas, escapam feito peixes. Bem que uma vez me disseram para andar com um bloquinho de notas e uma caneta, aí quando a idéia vem, você prende ela!
Agora mesmo, pensando em idéias, vêm um monte de coisas aparentemente legais...e de repente somem. É chato também quando você planeja, pensa em várias coisas interessantes, e quando vê, ficam sem graça no papel (tela do computador, rs). Falando nisso, eu vivo tendo idéias fabulosas para escrever um livro, planejo tudo...mas dificilmente saio das 10 primeiras páginas. Juro que esse ano sai alguma coisa a mais, juro. Assim como jurei todos os anos passados...tá, como se eu tivesse vivido MUITO. Acho que ainda tenho esperanças.
Enfim, enfim...foco. Idéias? Uma coisa que dá bastante raiva é quando você tem uma idéia, esquece de contar, registrar, o que for, e do nada uma pessoa idiota (sim, nessa situação ela será bem idiota) tem a mesma idéia que você! E pior, leva todos os créditos e ninguém acredita que você também teve a idéia. Nossa, isso dá muita raiva.
Sabe, eu devia estar pensando "por que diabos alguém vai querer ler um texto sobre (falta de) idéias". Com certeza eu poderia evitar que algumas pessoas perdessem seu tempo...mas...até que é legal falar sobre isso. É o tipo do assunto que surge quando não há assunto. Até um bom truque para conversas...vou tentar lembrar disso.
Ok, meu texto DEVE estar desconexo e feio. Quem se importa? Eu? Talvez...só que idéias são deconexas mesmo...e...somem do nada. Assim como eu vou encerrar isso daqui. DO NADA.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


















Nunca ninguém me perguntou em qual país eu gostaria de morar, qual eu escolheria como minha pátria...essa escolha não é concedida à ninguém. Alguns nascem em países desenvolvidos, outros em países em desenvolvimento. Em alguns, aparentemente mais em países ricos, desenvolvem um sentimento curioso, o tal do patriotismo.Não quero entrar muito em detalhes, nem discutir xenofobia ou coisas assim, eu só penso mais é em como é curioso amar (e em muitos casos é a sociedade que "obriga" a amar) um pedaço delimitado de terra que pessoa alguma teve a chance de escolher para viver!
Bem...alguns reclamam que queriam viver na Europa, outros nos EUA...outro dizem que é melhor agradecer por ter casa e comida pois poderiam morar em lugar bem pior...outros exaltam sua nação independente de riqueza, IDH ou qualquer coisa...e no entanto eu...eu penso porque não estou na foto acima. É, ninguém me perguntou se eu queria morar na Via Láctea, muito menos na Terra. Olhem como Andrômeda é legal! Tantos planetas para escolher, inclusive tantas galáxias...e eu vim parar na Terra...hummm...sabe, até que seria engraçado conhecer algum "patriota pela Terra", alguém que fosse me recrinimar por querer morar em outro planeta. É, de vez em quando algumas manias do pessoal daqui parecem tão bobas...amar ou odiar uma pátria. Pois para mim, nem a Terra é suficiente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Perdida I














Eu queria ficar perdida num lugar como esse...talvez não propriamente perdida, mas apenas afastada do convívio social. Não, não sou misantropa, só acho que deve ser legal ficar um tempo (não mais do que um mês...até menos que isso) longe da cidade, em um lugar diferente, "bonito". Fico imaginando como deve ser acordar e dar de cara com uma vista dessas, deve der uma sensação de "poderia ficar aqui o resto da minha vida". Porém eu sei que esse "resto da minha vida" não seria mais do que uns dias...
Na realidade até poderia ser bastante tempo, eu é que duvido da minha capacidade de conseguir viver longe das conexões globais. Triste isso, pois vivendo no meio do nada você está deletando todas as "pressões" da sociedade, é como um protesto ao "sistema", uma forma de recusar todos os deveres sobre os quais nem tivemos tempo (ou chance) de pensar a respeito. Excetuando eventuais problemas com necessidades básicas, pode haver vida mais ideal? ...esta pergunta NÃO foi retórica.