terça-feira, 27 de outubro de 2009

Inabalável

Nada é inabalável. Todas as suas convicções podem ser refutadas. Quando você ver, estará agindo na contra-mão dos seus princípios. Mas é assim que você vai crescer, é assim que você saberá a força das suas verdades. Não são inabaláveis, mas podem ser fortes. E é melhor que sejam assim.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tempo


Tempo é uma coisa muito irritante.Às vezes passa muito rápido, outras vezes muito devagar, não é nenhuma novidade.Também não é novidade que os ponteiros do relógio não são inconstantes, e sim nossos momentos.Mas nada disso torna o tempo menos irritante.
Não sei dizer se eu queria um tempo mais lento ou mais rápido. Neste momento estou pensando que parece que acabei de acordar semana passada, e no entanto faltam 20 minutos para mais um belo dia começar.Repito, não sei se isso é bom ou ruim, talvez no futuro eu vá sentir saudades destes dias e querer ...voltar no tempo. Assim como eu posso querer que estes dias nunca tenham existido.
A única prova que temos de que o tempo existe é a nossa memória (não, não são livros, documentos ou sei lá mais o que), pois se não guardássemos lembranças não importaria o tal do tempo, apenas existiríamos. Então talvez eu possa dizer que é nossa memória que dá sentido ao viver, não sei.Bem, sem muitas divagações, agora me interessa o tempo.
Um ano-luz (não no sentido de distância) para o universo não é nada, porém, quisera eu viver tanto assim (será?). Ok, essa reflexão é bem clichê...para falar a verdade qualquer reflexão sobre o tempo é bem clichê.E pior de tudo, não adianta de nada.Mas ah, é só que é uma coisa tão presente que a gente se esquece de aproveitar.Talvez eu devesse aproveitar mesmo e só fazer o que eu quero, só que infelizmente sabemos que a sociedade não permite este tipo de escolha.Então me resta continuar jogando alguns segundos (horas e minutos) no lixo enquanto eu espero pelos momentos que eu realmente acho que vale a pena viver, momentos em que eu pararia o relógio sem hesitação.

domingo, 18 de outubro de 2009

Score

Sempre pensei se quando a gente morre aparece alguma coisa (um quadro, sei lá) dizendo tudo sobre a nossa vida. Como nos jogos de computador, alguma coisa dizendo missões que faltaram, ou até mesmo quantidade de coisas que fizemos.Algo como "x horas dormidas, y horas em casa, z horas comendo", ou até mesmo "x piscadas de olho, y passos dados, z abdominais, flexões, etc feitas". Para falar a verdade acho que todo mundo já deve ter pensado algo assim, é uma espécie de curiosidade inútil, afinal, o que está feito está feito e cada minuto transcorrido é um momento que não volta mais.
Talvez fosse legal se acontecesse algo assim durante a vida. Imagino uma situação em que eu tenha que fazer uma escolha, aí anos depois eu consultaria o "quadro da verdade" e saberia se fiz a escolha certa, ou o que teria acontecido se tivesse feito diferente. Falando em "quadro da verdade", eu queria também que aparecesse algo assim sempre que queremos saber a verdade verdadeira. Claro, isso supondo que exista uma verdade verdadeira para a maioria das coisas. Seria como um juiz 100% correto. Alguns vão dizer que isso seria impossível, pois tudo é relativo e depende muito de qual lado se está analisando e tudo mais.
Bem, é só que eu sinto uma pequena agonia sabendo que algumas coisas eu jamais saberei, e daí fico imaginando se alguma entidade fica registrando tudo sobre tudo e todos para no fim dar um veredicto. Como eu disse, meio que uma curiosidade inútil, o tipo da coisa que a gente pensa quando não tem mais o que pensar.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Antes que eu ria, me conte uma desgraça

When my fist clenches, crack it open

Before I use it and lose my cool

When I smile, tell me some bad news

Before I laugh and act like a fool



And if I swallow anything evil

Put your finger down my throat

If I shiver, please give me a blanket

Keep me warm, let me wear your coat


Eu gosto bastante desse trecho da música (Behind Blue Eyes, do The Who), e tá que é clichezona e já encheu o saco, mas essa parte é legal.Me lembra daquelas pessoas que parecem odiar ver os outros felizes.Com certeza não é só eu que tenho essa sensação, mas às vezes você está feliz, sei lá, "sorrindo" por alguma coisa e vem alguém tentando te desanimar.Algumas pessoas não suportam ver que outra pessoa está feliz enquanto ela está "sofrendo", entediada, de mal com a vida, etc.
Alguns dizem que existem as tais energias positivas e negativas. Confesso que chego até a acreditar que isso tenha um certo poder. Às vezes só de sentir o olhar de alguém você já se sente pior, como se tivesse mesmo uma energia negativa por ali.
A verdade é que a gente nunca sabe realmente o que os outros estão pensando, pode ser que alguém insuspeito esteja te amaldiçoando.Se pensarmos demais nisso nossa roda de amigos diminuirá sensivelmente, e seremos bem mais cautelosos.No entanto, não sei se vale a pena deixar que isso aconteça.Talvez seja melhor fingir que não é bem assim, que nossos amigos não nos querem mal.Bem, nossos amigos não nos querem mal.O problema é saber quem são nossos amigos, rs.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Retrato do artista quando jovem

Concluí hoje a leitura do livro "Retrato do artista quando jovem", de James Joyce, e não poderia deixar de comentar.Acabei demorando cerca de 1 mês e meio para terminá-lo, mas que fique claro que não foi pelo livro e sim por meus horários caóticos.Posso afirmar que a narrativa é um das mais "belas" que eu já li.Imagino que seja assim com os outros també, pois é difícil encontrar alguém com coragem e argumentos para rebaixar o autor.James Joyce é consagrado como um dos gênios da literatura do século XX (e de toda a história talvez)e até hoje não conheço ninguém que entenda de literatura falar mal.Com este livro pude entender o porquê disso.
O livro narra o amadurecimento do personagem Stephen Dedalus, possivelmente (ou confirmadamente, segundo algumas pessoas) o alter-ego do Joyce.E aí você acompanha todo o pensamento da personagem, os conflitos mentais, medos, frustrações, etc.Posso estar falando besteira, mas acredito que o diferencial da obra seja a forma com que é escrita,as frases são quase que poéticas, há trechos que dá vontade de copiar em algum lugar, guardar. É simplesmente lindo de ler, é nítido que as palavras não foram escolhidas à toa.Vale ressaltar que li o livro original, em inglês, portanto não sei se as traduções mantém esse "encanto".
Claro, algumas pessoas poderiam não gostar da narrativa por uma questão de incompatibilidade com o estilo do autor, jamais por considerá-la de baixa qualidade. No entanto, para quem gosta do "fluxo da consciência" é um prato cheio.Eu particularmente considero os conflitos psicológicos, em sua maioria, os mais ricos, pois conseguem trazer um tipo de reflexão que outros enredos não conseguem.Maaas, cada um é cada um.
Enfim, está na minha lista de recomendações.Eu gostaria de falar bem mais do que isso, mas talvez nem tenha muito mais o que falar mesmo, apenas ler, ler e ler.Vale a pena.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cotidiano

Uma coisa que eu "sempre" critiquei nos adultos (me senti bem criança agora) é a super-valorização das notícias. Digo, notícias sobre política, economia ou qualquer assunto que envolva o que se considera "temas sérios". Imagine que você estava pensando numa forma de ver o mundo, ou até mesmo tenha somente reparado num hábito humano, algo nesse sentido. Aí você decidiu compartilhar este momento com uma pessoa (adulto) séria, trabalhodora e portadora de todos os atributos considerados veneráveis em um ser humano maduro. Vocês começam a conversar, ela predta atenção no que você diz, comenta, acha legal e tudo mais, mas de repente aparece na TV (imagine que ela estava ligada) uma notícia sobre a bolsa de valores, sobre conflitos no oriente médio, sobre os EUA, coisa do gênero. Imediatamente essa pessoa presta atenção na notícia relevante e descarta toda a baboseira que você está falando. E prossegue o dia sem sequer parar para refletir sobre o que você disse. Acontece que ela realmente acha que as notícias sobre política, economia, etc são mais importantes do que sua idéia maluca. Repito, ela realmente acha isso. Ela nem consider a hipótese de que o que você tenha dito possa ser mais importante, e se considera não consegue acreditar efetivamente.
Enfim, minha crítica é justamente a essa dificuldade que os adultos tem em aceitar que alguma coisa que não envolva as notícias sobre o mundo possa ser mais relevante para a vida. E assim, MUITAS coisas são mais imporantes que essas notícias (por favor sem aquele papo de relatividade). Por exemplo algum acontecimento fora da terra, no universo. A morte de uma estrela, o surgimento de uma supernova (nada de dizer que o que importa é o que acontece na terra), são coisas superiores ao nosso planeta, e consequêntemente envolvem nós (terráquios), por mais improvável que pareça.
A impressão que eu tenho tido é que ter uma grande idéia não é tão prestigiado quando mostrar que você leu o jornal e está "antenado" no dia-a-dia. É uma pena, pois acompanhar o noticiário é fácil, mas ter uma boa idéia...